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quinta-feira, 18 de junho de 2015

Você sabe o que são parafilias?

Parafilias são formas de obter desejo, excitação e prazer sexual de modo incomum, pelo menos para a maior parte das pessoas. Não se trata de perversão nem de doença, mas de um comportamento específico que nem sempre envolve a relação sexual como ela é tradicionalmente conhecida.
Há quem as utilize como um tempero no sexo e quem só alcança o clímax com essas práticas. No segundo caso, especialistas dizem que os indivíduos devem buscar ajuda se desenvolverem uma fixação ou se a forma exclusiva de obter satisfação começar a causar sofrimento ou prejudicar as atividades cotidianas. Há parafilias que ferem a moralidade e são tidas como psicopatologias, como a pedofilia. 
As descritas a seguir são variações sexuais que envolvem práticas diferentes e não colocam a vida dos envolvidos (lembrando que a consensualidade é primordial) ou de terceiros em risco.
Por Heloísa Noronha, do UOL, em São Paulo

FETICHISMO: o termo tem sido usado para designar os indivíduos que utilizam objetos inanimados (em geral, roupas ou sapatos) ou atentam apenas para uma determinada parte do corpo de outra pessoa para obter excitação ou satisfação sexual. É o caso de quem curte mulheres com saltos altos ou homens barbados, por exemplo. Segundo os especialistas, todos nós somos fetichistas em algum grau --afinal de contas, cada um tem suas preferências. O fetiche passa a ser um problema quando se torna a única forma de se alcançar o prazer

SADOMASOQUISMO: nessa situação o casal (ou grupo) tem um jogo que envolve produzir e receber dor ou humilhação com significados sexuais. Mandar ou se submeter e ordenar ou obedecer são as principais brincadeiras, sempre consensuais e com regras bem definidas em relação a limites. Nem sempre o uso de objetos como chicotes e algemas faz parte da "cena", como é chamada a prática em ação --em muitos casos, os participantes investem em jogos psicológicos. O figurino (roupas de couro ou vinil, botas, saltos do tipo agulha) tem papel fundamental nessa parafilia

TRAVESTISMO: não tem a ver com orientação sexual, como muitos pensam, e é mais praticado pelos homens, também chamados de "cross dressers". Os praticantes usam roupas do sexo oposto para se excitar ou excitar a outra pessoa. Muitos vestem tais peças apenas para si mesmos, na própria intimidade

CISVESTISMO: usar uniformes ou roupas próprias de determinadas atividades ou profissões com a finalidade de fazer jogos sexuais. Exemplos: fardas, aventais de empregadas domésticas, jalecos, trajes de enfermeiras, aeromoças, bombeiros, mecânicos, médicos etc. Dificilmente o traje faz parte do cotidiano dos envolvidos. E também não precisa ser "real" ou verossímil --não é à toa que as sex shops oferecem múltiplas possibilidades. O que diferencia a parafilia de uma brincadeira, porém, é a necessidade de trazer com frequência a roupa para a excitação surgir

CLAUSTROFILIA: nesse caso, as pessoas se sentem excitadas por estarem confinadas em espaços pequenos, claustrofóbicos. A claustrofilia pode fazer parte de um jogo sadomasoquista, em que o confinamento (em gaiolas ou jaulas) é parte de uma possível punição erótica e com finalidades sexuais para o casal

INFANTILISMO: é uma forma de obter prazer sexual por meio de ações que imitem bebês e crianças pequenas. Usar mamadeiras, fraldas ou roupas infantis, brincar com bonecas ou bichos de pelúcia e receber alimentação com colher, por exemplo, são algumas das atitudes apreciadas pelos infantilistas --e podem ser realizadas a sós ou em parceria. Se houver uma segunda pessoa envolvida na prática, provavelmente ela assumirá o papel de cuidadora ("mamãe" ou "papai") do infantilista

PODOFILIA: trata-se do desejo e da excitação obtidos com os pés --e, por extensão, a determinados tipos de sapatos (retifismo) para algumas pessoas. É uma parafilia com uma gama diversificada de opções: há podólatras (a maioria é do sexo masculino, vale frisar) que curtem pés pequenos, outros gostam dos grandes, há os que preferem os com unhas curtas e bem cuidadas, os que ficam loucos com solas sujas e/ou suadas... Os pés nem sempre participam, de fato, da relação sexual --que nem sempre acontece, aliás. A simples observação dos pés já pode provocar tesão

COMPUTER SEX: inclui desde teclar em algum chat erótico até usar web cam e excitar-se ao conversar com alguém (conhecido ou não) por programas de mensagens instantâneas. A troca de mensagens e fotografias ou imagens eróticas também faz parte dessa parafilia

FLATOFILIA: mais comum entre homens, é o prazer que surge ao sentir odores de gases intestinais --dos próprios, do parceiro ou de outras pessoas, durante o sexo ou não

ESPECTROFILIA: é o uso da ideia de um fantasma, um espectro, para se excitar. Pode acontecer através de histórias fantasiosas, filmes de terror ou até mesmo da simulação de sombras em um espelho, por exemplo

HOMIFOFILIA: consiste em ouvir ou fazer sermões como estímulo sexual. O hábito de frequentar igrejas desde criança pode permitir que algumas pessoas aprendam a se excitar ouvindo sermões do padre. Outra justificativa é a vivência de sempre ouvir broncas dos pais na infância, aprendendo a sobreviver a tais situações sem sofrimento, transformando a situação de punição em prazer sexual

EROTOGRAFOMANIA: deleite proporcionado pela ação de escrever ou ler cartas e poemas de amor. Algumas pessoas lançam mão desse recurso para se excitarem com as palavras e, na sequência, transarem

NASOFILIA: é o fetiche com nariz --gostar de pessoas com narizes grandes, por exemplo. Também denomina a prática de usar o nariz como principal objeto de desejo e excitação sexual, o que inclui vê-lo, tocá-lo, lambê-lo ou chupá-lo, fora e dentro

HIRSUTOFILIA: muitas pessoas preferem (e até precisam) que a parceria sexual seja muito peluda pelo corpo todo, e em especial nos genitais. Esse é o ponto que produz desejo, excitação e prazer sexuais

DACRILAGNIA: algumas pessoas se excitam ao ver outra chorando e buscam condições para que isso ocorra --até mesmo causando uma briga-- e, assim, possam selar a paz com sexo depois da "desavença"

ODAXELAGNIA: morder ou mordiscar para obter prazer sexual. Não implica em fazer o outro sofrer (não tem necessariamente a ver com sadomasoquismo, portanto) e geralmente não produz marcas nem lesões

TITTILAGNIA: embora não seja comum, já que as contrações musculares produzidas pelas cócegas impedem o relaxamento necessário para a excitação sexual, há quem as provoque ou busque através de brincadeiras com a finalidade de acionar o gatilho do prazer

TRICOFILIA: aqui, os cabelos são o objeto de desejo e excitação. Quanto mais longos, melhor. Vale tocá-los, enroscar-se neles, sentir o toque no corpo, passá-los nos genitais para ampliar as sensações eróticas durante as preliminares...

OSMOLOGNIA: significa usar os cheiros para se excitar. Para as pessoas que apresentam essa parafilia, o que é ruim e até nojento para as demais é extremamente excitante para elas: pés sem higiene, axilas suadas, cabelos oleosos... Os odores não precisam necessariamente ser ruins, mas, geralmente, são (para a maioria das pessoas)

TESAUROMANIA: a excitação é obtida e mantida ao se colecionar roupas íntimas de pessoas que são guardadas (resultado de furtos, muitas vezes) como troféus e que servirão para o prazer futuro, geralmente durante a masturbação solitária

MELOLAGNIA: excitação erótica obtida com música. Ouvir um som estimulante é muito comum nos jogos sexuais, mas algumas pessoas somente conseguem transar se a música estiver presente para produzir o estímulo. E não serve qualquer música, não: geralmente, é sempre a mesma ou algumas específicas

FALOLAFILIA: prazer que vem do fato de falar sobre o pênis, com atenção especial aos detalhes da anatomia e do funcionamento, não importa qual seja o sexo do interlocutor

Consultoria: Adriano Zago, psicanalista e mestre pelo IP USP (Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo); Arlete Girello Gavranic, terapeuta sexual e coordenadora do Instituto Brasileiro Interdisciplinar de Sexologia e Medicina Psicossomática (Isexp); Oswaldo Martins Rodrigues Jr., terapeuta sexual, diretor do Instituto Paulista de Sexualidade (Inpasex) e autor do livro "Parafilias -- Das perversões às variações sexuais" (Zagodoni Editora)

http://mulher.uol.com.br/comportamento/album/2014/04/15/existem-formas-de-prazer-sexual-que-voce-nem-imagina-conheca-22-curiosas.htm

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